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Cartas para o Futuro emocionam estudantes em cápsula do tempo no Casarão Gallotti

5 horas atrás

Um café compartilhado, abraços apertados, lágrimas que misturam saudade e gratidão. Foi assim a abertura da “cápsula do tempo” com cartas escritas no início do ano por estudantes das escolas EEF Dep. Walter Vicente Gomes, EEF Ondina Maria Dias e EEF Santa Terezinha, em um encontro especial realizado no Casarão Gallotti.

A coordenadora Geni Silva, explicou como tudo começou. Um projeto, simples na forma e gigante no impacto, foi desenvolvido partir do estudo de gêneros textuais presentes na apostila da FTD. A proposta consentiu em convidar os alunos a escreverem cartas dirigidas para si mesmos, para a turma, para amigos ou familiares, registrando sonhos, medos e expectativas para o nono ano e para o futuro.
Meses depois, reencontrar essas palavras foi como se olhar no espelho – só que com mais maturidade, mais consciência e uma nova compreensão sobre o próprio caminho.


Lembranças, amadurecimento e um “aperto no coração”

Ao abrirem as cartas, os estudantes reviveram momentos desde o 6º ano, relembrando amizades que chegaram, outras que se despediram e fases marcantes da vida escolar. Muitos falaram sobre a ansiedade com a festa de 15 anos, sobre os planos para o ensino médio e sobre a sensação de que “agora a ficha caiu”.

Para uma das alunas, o projeto mudou a forma de enxergar a escola e o mundo:

Ela contou que, no começo do ano, a ideia de se formar parecia distante. Hoje, ao reler o que escreveu, percebeu o quanto amadureceu, o quanto a visão sobre a escola mudou para melhor e como a experiência fez entender que o 9º ano é, de fato, um divisor de águas.

Outro ponto que emocionou os alunos foi perceber o quanto a vida mudou em pouco tempo. Uma estudante lembrou que, quando escreveu a carta, a irmã tinha apenas um mês de vida – agora, já está com nove meses, exatamente como ela imaginava. Entre registros sobre família, “namoradinhos”, melhores amigas e metas pessoais, muitos viram que aquilo que parecia distante no início do ano se tornou realidade ao longo do caminho.

A força da escola como “segunda casa”

Nos depoimentos, um sentimento foi unânime: a escola como espaço de afeto e construção de identidade. Muitos estudantes estão juntos desde o primeiro ano, convivendo diariamente, dividindo cadernos, confidências, dificuldades e conquistas.

Essa convivência foi definida por eles como uma “segunda casa” – um lugar onde cresceram, foram acolhidos e aprenderam muito além dos conteúdos de sala de aula. No fim do ano, a vontade de “se formar logo” deu lugar a um aperto no coração diante da proximidade da despedida e da certeza de que nem todos seguirão juntos no ensino médio.

Uma educadora que vive cada história junto com os alunos

Na roda de partilhas, a fala da professora Sandra, com 33 anos de atuação na Escola Ondina, trouxe ainda mais emoção ao encontro. Chorando junto com a turma, ela destacou que cada estudante deixa um pouco de si na escola – e leva um pouco da escola para a vida.

Ela lembrou que essa fase “nunca mais volta” e incentivou os jovens a valorizarem o que estão vivendo agora. Reforçou que a formatura marcada para 16 de dezembro não é o fim, mas um novo começo: alguns vão mudar de escola, outros de cidade, muitos irão trabalhar, outros farão faculdade – e todos terão escolhas importantes pela frente.

Mais do que cobrar resultados, a mensagem central foi clara:
a maior meta da vida é ser feliz, fazendo o que se ama, com responsabilidade, propósito e bons exemplos.


Um projeto que virou marca na trajetória dos estudantes

Geni destaca que não foi uma atividade “apenas de apostila”:
Os estudantes viveram o conteúdo, colocaram o coração no papel e, ao reler, enxergaram o próprio crescimento. Alguns não conseguiram terminar a leitura de tão emocionados. Muitos escreveram para os pais, outros para amigos, e vários foram incentivados a entregar as cartas à família.
Segundo a coordenadora, a ideia é ampliar o projeto a partir do próximo ano, iniciando as cartas já no 6º ano para que sejam abertas apenas no 9º, fortalecendo ainda mais o vínculo entre memória, leitura, escrita e projeto de vida.
Educação que forma, emociona e projeta futuros

A experiência da cápsula do tempo mostra, na prática, o compromisso da educação municipal em Tijucas com uma formação integral:

•  estimula a leitura e a escrita de forma viva e significativa;
•  promove a reflexão sobre o tempo, as escolhas e o futuro;
•  fortalece laços entre estudantes, famílias, professores e escola;
•  ajuda os adolescentes a perceberem que amadurecer é natural — e que mudar de planos também faz parte do crescimento.

Os depoimentos, o choro coletivo, os abraços e as risadas entre lembranças e projeções são prova de que a escola pública pode ser, sim, um lugar de experiências profundas, que marcam para sempre.

Mais do que abrir envelopes, os alunos abriram memórias, revisitaram sonhos e entenderam que, mesmo quando a turma seguir caminhos diferentes, o que viveram juntos na Walter Vicente Gomes, na Ondina Maria Dias e na Santa Terezinha ninguém apaga.

É a educação de Tijucas mostrando que aprender também é escrever a própria história — e ter coragem de relê-la com orgulho.

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